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segunda-feira, 16 de março de 2009

ESTREIA-"Palavra (En)cantada" relaciona poesia e MPB


documentário
SÃO PAULO (Reuters) - No documentário "Palavra (En)cantada", a diretora carioca Helena Solberg ("Vida de Menina") investiga a relação peculiar entre a poesia e a música popular no Brasil. O filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A tese de "Palavra (En)cantada", que vai ganhando força nos depoimentos de vários artistas, é de que o país registra uma integração toda especial entre a poesia, gênero normalmente de consumo intelectualizado e restrito, e a canção popular, esta de ampla circulação. O fenômeno, segundo o professor e compositor José Miguel Wisnik, tem raízes históricas.
Para outro músico e compositor, Lenine, a raiz da inspiração dos compositores brasileiros está lá atrás, nos trovadores medievais, que inspiraram os repentistas nordestinos. O escritor paulistano Ferréz, por sua vez, entende que o rap brasileiro vem diretamente do cordel nordestino.
A cantora Maria Bethânia não vê uma fronteira tão rígida entre a poesia e as letras de música. Apaixonada pelos versos do português Fernando Pessoa, entre outros, ela não raro declama poemas, e não só dele, em seus CDs e mesmo em shows.
Chico Buarque, que dá uma das entrevistas mais longas do filme, rejeita sistematicamente o rótulo de "poeta" que vivem lhe aplicando, por conta da sofisticação de suas letras. No seu entender, ele é mesmo apenas um compositor.
Além destas conversas com artistas de formação tão distinta quanto o Lirinha do Cordel do Fogo Encantado, Tom Zé, Martinho da Vila, Jorge Mautner, Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero e BNegão, o documentário conta com diversas imagens raras, algumas inéditas.
É o caso de uma encenação de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Mello Neto, num Teatro Universitário em Nancy (França). E também de uma apresentação de Dorival Caymmi nos anos 40, cantando e tocando ao violão sua famosa canção "O Mar".
Igualmente curiosa é uma entrevista de Caetano Veloso nos bastidores de um festival da TV Record, em 1967, logo depois da apresentação de sua canção "Alegria, Alegria". O cantor e compositor fala da "liberdade" dos baianos no uso da guitarra na MPB, um assunto que rendeu muita polêmica naquela época.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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