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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Suzane Richthofen pode sair da cadeia


Pena poderá ser cumprida em regime semiaberto.
Uma presa exemplar, que trabalha e ajuda as colegas. Suzane Richthofen estaria arrependida? Ou adotou uma estratégia pra sair logo da cadeia?

“A impressão que eu tive dela é de uma pessoa muito fria. Uma menina inteligente, interessada e muito estudiosa, mas apesar disso muito fria”, analisa Alberto Toron, advogado criminalista.

Alberto Toron foi o assistente de acusação no julgamento de Suzane Richthofen, três anos atrás. Ele diz que a integração de Suzane à sociedade pode não acontecer de maneira fácil.

“A julgar pelo crime praticado, é difícil acreditar”, diz ele.


Mas Suzane pode ganhar o direito de cumprir o resto da pena no chamado regime semiaberto. Se isso acontecer, a jovem que confessou ter participado do assassinato dos pais, junto com dois cúmplices, passaria o dia inteiro fora da prisão.

A reviravolta no caso aconteceu esta semana. Começou em Brasília com uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. A determinação é que seja feito um novo cálculo dos dias em que Suzane Richthofen trabalhou na cadeia e que devem ser levados em conta pra diminuir o tempo da prisão dela.

“Não se trata de um privilégio, mas de um direito do preso”, explica Toron.

Presa numa penitenciária em Tremembé, interior de São Paulo, Suzane divide cela - de 12 metros quadrados - com outras cinco mulheres.

Segundo informações obtidas pelo Fantástico, depois do café da manhã, ela trabalha na oficina de costura, onde são feitos os uniformes de presos e de agentes penitenciários. Ela também dá aulas de inglês para as outras presas.

A lei determina que, a cada três dias de trabalho ou estudo, o preso fique um dia a menos na cadeia.

“Nós, promotores e juízes, nos limitamos a cumprir fielmente a lei e atender a nossa consciência”, explica o promotor Paulo José de Palma.

A defesa alega que Suzane Richthofen trabalhou pelo menos 1.002 dias e poderia descontar 334 dias da pena - ou seja, 11 meses.

Com esse quase um ano de serviços prestados, somado ao tempo em que está na cadeia, Suzane já teria cumprido um pouco mais do que termina a lei para ir para o regime semiaberto, que é um sexto de sua pena de 38 anos.

Esse benefício só vale pra quem cometeu crimes antes de 2007, quando houve uma mudança na lei. Os pais de suzane foram mortos em 2002.

“Hoje, seriam dois quintos da pena. Ou seja, ela teria que cumprir 15 anos pra poder ser colocada em liberdade”, esclarece o advogado Alberto Toron.

O advogado de defesa preferiu não se manifestar sobre a possibilidade de Suzane conseguir o benefício - com o dever apenas de trabalhar durante o dia e dormir na cadeia.

“Ela quem instigou tanto o namorado quanto o irmão. Ela quem facilitou a entrada deles na casa dos pais. Ela quem traiu a confiança dos pais. Ela é a grande responsável por este crime. Algo que se aproxima, no meu modo de ver, de uma psicopata”, afirma
Aos 25 anos, Suzane Richthofen é considerada uma presa de bom comportamento: limpa a penitenciária, lava roupa e ajuda na cozinha.

O futuro da ex-estudante de direito que confessou ter participado do assassinato dos pais está agora nas mãos do Ministério Público. O promotor deve pedir à Justiça que Suzane passe por um exame médico. É o chamado exame criminológico - feito por um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social.

“Nós temos que verificar se ela apresenta inicio de ressocialização”, diz o promotor.

Há 8 anos, o psiquiatra Daniel Barros participa deste tipo de exame.

“O histórico é levantado para definir se aquela pessoa tem ou não uma doença. Se a pessoa tem ou não um transtorno mental”, comenta o médico.

O juiz da cidade de Tremembé vai decidir o que fazer com Suzane Richthofen. O Fantástico apurou que é quase certo que ela ganhe mesmo o beneficio de sair da cadeia durante o dia. Faltaria apenas definir a data. Mas o psiquiatra e o advogado criminalista fazem um alerta:

“Há casos em que juízes colocaram pessoas em liberdade que vieram a praticar crimes horrendos. O juiz tem uma decisão difícil nas mãos”, alerta Toron.

“O comportamento violento é imprevisível”, diz Daniel Barros.

* Nesta segunda-feira (18), o Ministério Público Estadual encaminhou um parecer contrario ao pedido de progressão de pena de Suzane Von Richthofen, presa em Tremembé, a 147 km de São Paulo

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