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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Fãs celebram o talento do Rei do Pop

Os fãs de Michael Jackson passaram a noite em vigília na calçada da fama em Los Angeles, acendendo velas e deixando flores.

A fila era gigantesca dando voltas no quarteirão em Hollywood.

Hoje de manhã, uma pequena multidão levou flores e fotos para homenagear Michael na porta da mansão da família em Los Angeles. No Japão, os fãs cantaram baixinho, emocionados. Em Londres, praças e calçadas ficaram lotadas de gente, todos cantando e dançando os sucessos de Michael Jackson.

Em Paris, as homenagens aconteceram em torno da catedral de Notre Dame. Apesar da tristeza dos fãs, a música e a dança acabaram em festa.

No Brasil, as homenagens dos fãs se multiplicam. Os sucessos de Michael Jackson viram trilha sonora da noite mais agitada do país e ganham também um ritmo regional.

Uma das músicas mais famosas da Michael Jackson acompanhada pela viola de cocho, instrumento típico do centro-oeste. O ídolo, famoso por misturar estilos, inspirou a homenagem dos músicos de Cuiabá.

Na madrugada agitada de São Paulo, a pista de dança volta a encher ao som de sucessos dos anos 80.

Pelo Brasil, são muitos os meninos que têm o nome do astro no documento. O Michael Jackson do interior paulista já provocou surpresas quando estava se formando na pré-escola.

“A diretora falou Michael Jackson, aí todo mundo levantou achando que era alguma coisa e era eu, o negão”, brinca o rapaz.

O ídolo de vida triste sempre chamou a atenção. Pelo talento e pelas transformações, ilustradas de maneira dramática em muitos vídeos na internet. As plásticas, o branqueamento, os cabelos alisados. Difícil dizer o que mais impressiona, mas o nariz foi certamente o que mais mudou ao longo dos anos.

A fixação de Michael Jackson com a aparência teria se intensificado depois da primeira plástica no nariz na década de 80. Segundo os médicos, o cantor teria decido mudar o rosto para dar mais harmonia às feições, mas ele fez tantas cirurgias que ficou difícil consertar o que tinha dado errado.

“Ele acabou com um nariz totalmente sequelado, pinçado e sem estrutura. Ele fez múltiplo implantes faciais, colocou a maçã do rosto, a mandíbula foi toda redefinida através de implantes, para ter um rosto mais definido, mais anguloso”, explica Ivan Sanches, cirurgião-plástico.

Para aliviar as inúmeras dores pelo corpo passou a tomar demerol, um analgésico tarja preta, semelhante à morfina, que age no sistema nervoso central e vicia rapidamente, sobretudo se o paciente tem problemas psicológicos. O remédio pode matar se tomado em altas doses ou se for misturado com álcool ou com certos medicamentos.

O cirurgião diz que é mais um sintoma de alguém que tinha mania de perseguição e pouca auto estima. Casos como o do cantor são comuns nos consultórios. “Ele busca a cirurgia plástica como um auxílio de recuperar a autoimagem, mas na verdade o tratamento não é cirúrgico, é com o psiquiatra”, afirma.

O Jornal Hoje destaca os principais momentos da cobertura desde as primeiras informações sobre a morte de Michael Jackson. Os internautas que seguem o jornal hoje no Twitter podem registrar a sua opinião: o que Michael Jackson representou para a história da música?

O Aurélio diz que a estrela ainda vai continuar brilhando aqui. Para Will, Michael simplesmente influenciou toda a sua vida musical pela musica, dança, talento e carisma.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson sofre parada cardíaca e morre em Los Angeles aos 50 anos


O cantor e compositor Michael Jackson, 50, morreu às 18h26 (horário de Brasília) desta quinta-feira (25), após sofrer uma parada cardíaca em sua casa, em Los Angeles. Segundo o jornal "Los Angeles Times", os médicos do hospital da Universidade da Califórnia confirmaram a morte do cantor, que teria chegado ao local em coma profundo. De acordo com o jornal, Jackson não estava respirando quando os paramédicos chegaram a sua residência, em Holmby Hills, por volta das 12h20 (horário local).
Michael recebeu uma massagem cardiopulmonar ainda na ambulância e seguiu direto ao hospital da Universidade da Califórnia, que fica a dois minutos da casa do cantor. Jermaine Jackson, irmão do cantor, se pronunciou publicamente às 22h10 (horário de Brasília) e disse que os paramédicos tentaram ressucitar Michael durante uma hora, sem sucesso. O cantor estava preparando sua volta aos palcos para uma série de 50 shows em Londres, a partir do dia 13 de julho, com ingressos esgotados.


Michael Joseph Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958 em Gary, Indiana. Quinto filho do metalúrgico Joe Jackson, Michael mostrou seu talento para a música e para a dança muito cedo. Ele começou sua carreira nos anos 60, aos cinco anos, com o grupo Jackson 5, formado também pelos seus quatro irmãos mais velhos. Desde a pré-adolescência, quando a banda lançou os primeiros discos, o cantor se tornou uma das figuras mais conhecidas e adoradas da música norte-americana.
O estouro solo veio em 1979, com o quinto disco dele, "Off The Wall", que, graças a uma empolgante e original mistura de disco, funk e pop, abriu caminho para o que o cantor viria a se transformar nos anos seguintes.
Na década de 1980 lançou dois de seus melhores discos, "Thriller", de 1982, e "Bad", de 1987, e consolidou a posição de superastro. Foi aí também que surgiu a imagem de um artista de hábitos e atitudes cada vez mais estranhos. É o exemplo perfeito de criança-prodígio que, cada vez mais famosa e idolatrada, acaba por criar um mundo próprio distante da realidade.

Ao mesmo tempo em que batia recordes de vendas com "Thriller" --que segundo o livro "Guiness" vendeu entre 55 milhões (segundo a gravadora Sony e a associação de gravadoras dos EUA) e mais de 100 milhões de cópias (de acordo com empresários do cantor)--, colocava sucesso atrás de sucesso nos primeiros lugares das paradas e lançava moda entre os adolescentes de todo o mundo com suas roupas e coreografias, em especial o "moonwalk".

Mas Michael era motivo de especulações pela sua postura infantilóide, modificações profundas em seu rosto e branqueamento de sua pele. Nos anos 80, dizia-se até que o cantor dormia em uma câmara hiperbárica para retardar o envelhecimento.

A partir do início dos anos 90, os fatos sobre sua vida particular já chamavam muito mais atenção do que sua música --que, diga-se, nunca mais repetiu a genialidade da trilogia "Off The Wall", Thriller" e "Bad". Por mais que lançasse discos de modo superlativo, como o fez com "Dangerous", em 1991, o que atraía o público eram as histórias sobre o megalômano rancho Neverland, na Califórnia, e a preferência do cantor por estar sempre acompanhado de crianças, entre elas o então ator mirim Macaulay Culkin, astro do filme "Esqueceram de Mim".

Foi na década de 90 que surgiu o caso que abalaria a carreira e a vida de Jackson. Em 1993, o cantor foi acusado de ter molestado sexualmente um menor de idade. Segundo relatos da época, Jackson fez um acordo milionário com a família da suposta vítima fora dos tribunais em 1995. Nos anos seguintes, se casaria com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie, e com a enfermeira Debbie Rowe, mãe de dois de seus três filhos. O cantor se apresentou ao vivo no Brasil em 1993 e voltou ao país em 1996 para gravar o clipe da canção "They Don't Care About Us" no Rio de Janeiro e na Bahia com o grupo Olodum.

Sem lançar disco desde 2001, quando gravou "Invincible", nos últimos anos Jackson foi notícia graças ao julgamento pelo qual passou entre 2004 e 2005, também acusado de ter molestado um menor em 2003. Absolvido das dez acusações, logo após o julgamento o cantor passou por uma temporada de exílio no Barein, como convidado da família real do país. Em reconhecimento a sua carreira, em 2002 foi eleito o artista do século pela premiação American Music Awards.

Michael reeditou em 2008 o clássico "Thriller", que traz a participações de nomes atuais como Will.i.am e Akon, e colocou uma nova compilação nas lojas, "King of Pop". Em março de 2009, anunciou sua volta aos palcos com uma temporada de 50 shows em Londres, que começaria em 13 de julho e seguiria até fevereiro de 2010.

A demanda pelos shows foi tão grande que dezenas de apresentações extras foram acrescentadas, ao mesmo tempo em que centenas de ingressos surgiram em sites de leilão online como o eBay, em meio a críticas à maneira como as vendas estão sendo feitas. Segundo cálculos da Billboard, o cantor poderia levar para casa mais de 50 milhões de dólares com os shows.

Em maio deste ano, surgiu também um boato de que Jackson estaria sofrendo câncer de pele. Segundo o The Sun, os médicos haviam diagnosticado sinais da doença em seu corpo e células que poderiam provocar câncer de pele no rosto, mas a notícia foi desmentida logo em seguida.

Uma produtora de shows norte-americana queria proibir que Michael Jackson voltasse aos palcos e ameaçava seu retorno. A AllGood Entertainment Inc, de Nova Jersey, alegava que tinha contrato com o cantor para que ele não se apresentasse até 2010. Os assessores do artista, no entanto, não se preocuparam com a possibilidade de uma ação judicial que criasse obstáculos aos shows.

Jackson ainda é o "Rei do Pop" para sua legião de fãs, apesar de seu comportamento e de sua aparência por vezes bizarros nos últimos anos. Ele já vendeu em torno de 750 milhões de discos, ganhou 13 Grammy e é visto como um dos maiores artistas pop de todos os tempos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A importância Médico-Geriátrica


Artigo do Dr. João Batista Lima Filho. A Terceira Idade
O homem é um ser social, físico, psicológico e espiritual. Portanto, para viver mais e melhor é preciso estar inserido no contexto social, desfrutar de saúde (física e mental) e principalmente estar em conexão direta com Deus.
Há vários momentos da vida que nós paramos para perguntar! Quem sou? Por que estou aqui? As respostas só teremos à medida que temos fé, acreditamos no que não vemos, mas acima de tudo acreditamos no que sentimos.
A pessoa idosa exercita muito sua espiritualidade, segundo o já consagrado trabalho “Tudo Bem, Graças a Deus”. Religiosidade e Satisfação na Maturidade e na Velhice (Goldstein L.L. e Neri A.L.), o qual aponta como sendo na igreja que as pessoas idosas se sentem mais amadas, é na igreja que afetivamente a pessoa idosa se encontra, é através da oração que ela mantém um diálogo amistoso com o “Pai”.

Essa real participação das pessoas idosas na dinâmica social e até eclesial permite um intercâmbio e enriquece a ação pessoal e até pastoral.
Na terceira idade as preocupações materiais ficam em segundo plano, há na bíblia uma passagem que diz: "Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, Vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isto. Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo". (Mt 6,31-33).
É na terceira idade que mais se valoriza os dons espirituais, que os fortalecem e os enriquecem, deixando para segundo plano o que para eles de alguma forma se tornaram menos importante, as coisas materiais.
Segundo a história os anciãos eram respeitados como profetas, sábios e doutores da lei. Porque sempre se acreditou que é na prudência dos mais velhos que reside a valorização o bom senso e o discernimento da razão.
“Como acharás na velhice aquilo que não tiveres acumulado na juventude?”. (Eclo25,3). Todas as etapas de nossa vida são importantes. As pessoas idosas tem na espiritualidade a moderação e a maturidade, o que os torna mais tolerantes ante aos questionamentos dos mais jovens. Necessitamos da inteligência questionadora dos mais jovens, da inteligência madura das pessoas de meia idade e da inteligência prudente das pessoas idosas.
A espiritualidade na terceira idade dá o tom de uma velhice tranquila e saudável, porque é através da fé que acreditamos na valorização do nosso ser, é através da fé que irradiamos alegria pelo dom da vida, é igualmente pela fé que garantimos “vida aos anos” !


Dr. João Batista Lima Filho
Médico Geriatra e Gerontólogo
Coordenador da Pastoral da Pessoa Idosa – CNBB/PR

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Selton Mello se encontra com os pais de Jean Charles de Menezes

Em filme, ator interpreta o brasileiro assassinado pela polícia inglesa.
Longa foi exibido em Gonzaga (MG), cidade natal de Jean.


Na última sexta-feira (19), o filme sobre a vida de Jean Charles de Menezes foi exibido para amigos e familiares na cidade de Gonzaga, no interior de Minas Gerais. A exibição foi acompanhada pela equipe de produção do filme, incluindo o ator Selton Mello, que faz o papel do brasileiro assassinato pela polícia inglesa.

Visite o site do Fantástico

Em 2005, o brasileiro foi confundido com um terrorista e levou sete tiros na cabeça, disparados pela polícia inglesa. Quatro anos depois do assassinato, ninguém foi puinido.

O crime chamou a atenção do diretor de cinema Henrique Goldman, brasileiro que vive na Inglaterra e que decidiu recontar nas telas a história de Jean.

O ator Selton Mello, convidado para o papel principal, viajou para Londres e, com a ajuda dos amigos do brasileiro, mergulhou na vida e nas experiências do eletricista.

Encontro com a família
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”Como se você fosse meu filho Jean. Você fez a cena muito bem, tá? Cumpriu a palavra. Parece um pouquinho com ele, não é?”, disse a mãe de Jean a Selton. “Um pouquinho sim”, concorda o pai. “Só é mais forte”, acrescenta a mãe.

“Não está fácil estar aqui neste momento, mas ao mesmo tempo estou muito feliz de estar aqui”, disse Selton Mello.

Para a equipe e parte do elenco, foi um reencontro e o dia de mostrar que as promessas foram cumpridas.

“Para a gente é uma felicidade poder voltar aqui a Gonzaga com a consciência tranquila, né?”, disse o co-roteirista Marcelo Starobinas.

“Conversando com os amigos familiares, a gente veio a saber que o Jean era, um cara muito brincalhão, então a gente quis fazer um filme também engraçado”, contou o diretor Henrique Goldman.

“Tem muitos Jeans que vão pra fora do país, tentar uma vida melhor, pra ganhar um dinheiro pra mandar pra família. Sonhadores”, explica Selton Mello.

Pre-estreia especial
Esta não foi a primeira vez que o filme foi apresentado, mas com certeza foi a pré-estreia mais importante. Na plateia estavam pessoas que conheciam Jean Charles e a família dele.

Um telão transformou o campo de futebol em cinema. Os pais de Jean não esconderam a emoção.

“Ele era esta pessoa mesmo. No momento que está fazendo aquele papel, fazia de alegria, mas nas partes, de quando ele chorou, porque estava querendo falar comigo, sabe? Ali foi muito emocionante”, revela a mãe.

Dona Maria Otoni diz que se lembra de um telefonema mostrado no filme. “Lembro. Ali mexe mesmo com a cabeça da gente, com o coração”, diz a mãe.

“Eu achei bom o filme, viu? Por um lado a gente fica meio triste, porque o problema é de um filho da gente que saiu estupidamente da vida. É uma lembrança que ele vai deixar que ficou na nossa região, e no Brasil e praticamente no mundo inteiro”, conta o pai Matosinhos Otoni da Silva.

sábado, 20 de junho de 2009

“Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?”

A mais importante atriz de Moçambique diz ter sofrido discriminação racial em São Paulo

Fazia tempo que eu não sentia tanta vergonha. Terminava a entrevista com a bela Lucrécia Paco, a maior atriz moçambicana, no início da tarde desta sexta-feira, 19/6, quando fiz aquela pergunta clássica, que sempre parece obrigatória quando entrevistamos algum negro no Brasil ou fora dele. “Você já sofreu discriminação por ser negra?”. Eu imaginava que sim. Afinal, Lucrécia nasceu antes da independência de Moçambique e viaja com suas peças teatrais pelo mundo inteiro. Eu só não imaginava a resposta: “Sim. Ontem”.

Lucrécia falou com ênfase. E com dor. “Aqui?”, eu perguntei, num tom mais alto que o habitual. “Sim, no Shopping Paulista, quando estava na fila da casa de câmbio trocando meus últimos dólares”, contou. “Como assim?”, perguntei, sentindo meu rosto ficar vermelho.
Ela estava na fila da casa de câmbio, quando a mulher da frente, branca, loira, se virou para ela: “Ai, minha bolsa”, apertando a bolsa contra o corpo. Lucrécia levou um susto. Ela estava longe, pensando na timbila, um instrumento tradicional moçambicano, semelhante a um xilofone, que a acompanha na peça que estreará nesta sexta-feira e ainda não havia chegado a São Paulo. Imaginou que havia encostado, sem querer, na bolsa da mulher. “Desculpa, eu nem percebi”, disse.

A mulher tornou-se ainda mais agressiva. “Ah, agora diz que tocou sem querer?”, ironizou. “Pois eu vou chamar os seguranças, vou chamar a polícia de imigração.” Lucrécia conta que se sentiu muito humilhada, que parecia que a estavam despindo diante de todos. Mas reagiu. “Pois a senhora saiba que eu não sou imigrante. Nem quero ser. E saiba também que os brasileiros estão chegando aos milhares para trabalhar nas obras de Moçambique e nós os recebemos de braços abertos.”

A mulher continuou resmungando. Um segurança apareceu na porta. Lucrécia trocou seus dólares e foi embora. Mal, muito mal. Seus colegas moçambicanos, que a esperavam do lado de fora, disseram que era para esquecer. Nenhum deles sabia que no Brasil o racismo é crime inafiançável. Como poderiam?
Lucrécia não consegue esquecer. “Não pude dormir à noite, fiquei muito mal”, diz. “Comecei a ficar paranoica, a ver sinais de discriminação no restaurante, em todo o lugar que ia. E eu não quero isso pra mim.” Em seus 39 anos de vida dura, num país que foi colônia portuguesa até 1975 e, depois, devastado por 20 anos de guerra civil, Lucrécia nunca tinha passado por nada assim. “Eu nunca fui discriminada dessa maneira”, diz. “Dá uma dor na gente. ”

Ela veio ao Brasil a convite do Itaú Cultural, que realiza até 26 de junho, em São Paulo, o Antídoto – Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito. Lucrécia apresentará de hoje a domingo (19 a 22/6), sempre às 20h, a peça Mulher Asfalto. Nela, interpreta uma prostituta que, diante de seu corpo violado de todas as formas, só tem a palavra para se manter viva.

Lucrécia e o autor do texto, Alain-Kamal Martial, estavam em Madagáscar, em 2005, quando assistiram, impotentes, uma prostituta ser brutalmente espancada por um policial nas ruas da capital, Antananarivo. A mulher caía no chão e se levantava. Caía de novo e mais uma vez se levantava. Caía e se levantava sem deixar de falar. Isso se repetiu até que nem mesmo eles puderam continuar assistindo. “Era a palavra que a fazia levantar”, diz Lucrécia. “Sua voz a manteve viva.” Foi assim que surgiu o texto, como uma forma de romper a impotência e levar aquela voz simbólica para os palcos do mundo.

Mais tarde, em 2007, Lucrécia montou o atual espetáculo quando uma quadrilha de traficantes de meninas foi desbaratada em Moçambique. Eles sequestravam crianças e as levavam à África do Sul. Uma menina morreu depois de ser violada de todas as maneiras com uma chave de fenda. Lucrécia sentiu-se novamente confrontada. E montou o Mulher Asfalto.

Não poderia imaginar que também ela se sentiria violada e impotente, quase sem voz, diante da cliente de um shopping em um outro continente, na cidade mais rica e moderna do Brasil. Nesta manhã de sexta-feira, Lucrécia estava abatida, esquecendo palavras. Trocou o horário da entrevista, depois errou o local. Lucrécia não está bem. E vai precisar de toda a sua voz – e de todas as palavras – para encarnar sua personagem nesta noite de estréia.

“Fiquei pensando”, me disse. “Será que então é verdade? Que no Brasil é difícil ser negro? Que a vida é muito dura para um preto no Brasil?” Eu fiquei muda. A vergonha arrancou a minha voz.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

FOBIAS O MEDO.


Ir para: navegação, pesquisaFobia (do Grego φόβος "medo"), em linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.
Sob o ponto de vista clínico, no âmbito da psicopatologia, as fobias fazem parte do espectro das doenças de ansiedade com a característica especial de só se manifestarem em situações particulares.

São três, os tipos de fobias:
1. Agorafobia - Medo de estar em lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida.
2. Fobia Social - Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma situação de humilhação em público.
3. Fobia Simples - Medo circunscrito diante objectos ou situações concretas.
O DSM IV divide as fobias simples em 5 tipos:
• Animais (aranhas, cobras, etc.)
• Aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.)
• Sangue injecções ou feridas
• Situações (alturas, andar de avião, andar de elevador, etc.)
• Outros tipos (medo de vomitar, contrair uma doença, etc.)

Tratamento
Poderá ser farmacológico e/ou cognitivo-comportamental ou farmacológico e/ou psicodinâmico.
• Comportamental - A exposição controlada e progressiva ao objecto fóbico. Neste caso através de técnicas de relaxamento e controle da ansiedade procura-se dessensibilizar o indivíduo.
• Cognitivo - Ajuda-se a reestruturar os pensamentos anómalos. Este objectivo é conseguido também através da aquisição de informação sobre o objecto ou a situação fóbica.
• Psicodinâmico - Busca o entendimento e elaboração do(s) significados simbólicos da doença e dos sintomas desenvolvidos, bem como, a elucidação dos ganhos secundários desses.

domingo, 14 de junho de 2009

Oasis vai relançar oito discos em edição especial de vinil


O vocalista do Oasis, Liam Gallagher, durante show da banda em São Paulo (09/05/2009)
Até o final do ano, o Oasis vai colocar nas lojas edições especiais de todos seus discos em formato vinil. O relançamento será feito pelo selo próprio da banda, Big Brother Recordings.

Todos os sete CDs de estúdio --"Definitely Maybe", "(What's The Story) Morning Glory?", "Be Here Now", "Standing On The Shoulder Of Giants", "Heathen Chemistry", "Don’t Believe The Truth" e o recente "Dig Out Your Soul"-- mais o álbum de lados-B "The Masterplan" serão relançados com novo trabalho de arte para a capa.
As novas versões estarão disponíveis a partir do dia 13 de julho. Também sairá um número limitado de caixas para colecionador com os oito discos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ONG divulga imagem de como seria Anne Frank aos 80 anos

Adolescente morta em campo de concentração nazista ficou famosa pelos diários que escreveu durante a Segunda Guerra.
Anne Frank, a adolescente judia que ficou famosa após a morte, quando seus diários foram publicados, faria 80 anos este mês se tivesse sobrevivido à Segunda Guerra Mundial.
Para marcar a data, o Anne Frank Trust-UK, da Grã-Bretanha, divulgou uma fotografia de como seria a aparência dela no aniversário, no dia 12 de junho.



Projeção mostra como seria Anne Frank aos 80 anos. Ao lado, foto dela na adolescência. (Foto: © Anne Frank House Amsterdam/Anne Frank-Fonds Basel)
Anne Frank morreu de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1944, poucos meses antes do fim da guerra. Seu pai, Otto Frank, foi o único da família a sobreviver.
Junto com a secretária, Miep Gies, ele compilou as anotações da filha em um livro que foi publicado em 1947. A obra foi traduzida para vários idiomas e vendeu dezenas de milhares de cópias até hoje. A menina escreveu suas observações durante o tempo em que a família ficou escondida em uma casa em Amsterdã, na Holanda, para escapar do holocausto nazista.
Ao divulgar a foto, Anne Frank Trust-UK quer chamar a atenção para os milhões de jovens que morrem vítimas de guerras e perseguição hoje.
"Infelizmente só podemos imaginar como a vida dela teria sido", disse a diretora executiva do Trust, Gillian Walnes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Primeiro romance de Juan Carlos Onetti ganha tradução para o português


Em julho, o Brasil recebe, por fim, em português, "O Poço", a primeiro romance publicado pelo uruguaio Juan Carlos Onetti (1909-1994), em 1939.
Leia trecho da tradução inédita de "O Poço"
O lançamento, inédito em território nacional, faz parte das comemorações do centenário de nascimento do autor --em 1º de julho--, chamado de "escritor de escritores" por conta da singularidade de seu estilo e da qualidade que imprimiu aos escritos que ostentaram sua assinatura.
Juan Carlos Onetti (1909-94) que tem seu primeiro romance lançado no Brasil
"O Poço", sobre um homem prestes a completar 40 anos que repassa suas memórias em uma noite, chega às livrarias brasileiras pela editora Planeta.
No mesmo volume (R$ 38, 168 págs.), é editada também pela primeira vez em português a novela "Para uma Tumba sem Nome", de 1959, que trata da relação entre um rapaz e uma misteriosa mulher.
Ganhador do Prêmio Cervantes, em 1980, Onetti é citado como referência por autores como Vargas Llosa --que, neste ano, lançou "El Viaje a la Ficción" (a viagem à ficção, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), ensaio em que mergulha na obra do uruguaio.
"Sem dúvida, a autenticidade dele o torna admirável por seus pares. Mas há muito mais elementos que têm a ver com o uso da linguagem, com a criação de um mundo, que faz com que ele seja um dos grandes nomes da literatura escrita em espanhol", diz à Folha a uruguaia Hortensia Campanella, editora das "Obras Completas" do autor e uma das maiores especialistas em sua obra.
Em "O Poço", segundo ela, é possível observar "concentradas várias das linhas capitais da obra narrativa do escritor: a figura do sonhador, a atmosfera de decadência e insatisfação, um existencialismo precoce para o século 20 que pode ser associada mais com Dostoiévski do que com Sartre".
Já "Para uma Tumba sem Nome" é um "marco em relação ao ciclo de narrativas em torno de Santa María, esse território mítico que Onetti cria como sustentáculo de suas histórias". Na novela, surgem vários personagens recorrentes em textos seguintes, como Dr. Díaz Grey ou Jorge Malabia.

Visão panorâmica

Para Rogério Alves, gerente editorial da Planeta no Brasil, o lançamento simultâneo dos dois textos do autor possibilita uma "visão panorâmica interessante, é como assistir ao desenvolvimento de todo um estilo num mesmo livro".
Além desses títulos, a editora prepara ainda para julho uma reedição em novo formato e com novas capas de "Vida Breve" (1950), "O Estaleiro" (1961) e "Junta-Cadáveres" (1964).
Os lançamentos no Brasil inauguram a coleção Planeta Literário, que contará com obras não só do criador da portuária e lúgubre Santa María mas também de autores como o espanhol Juan José Millás, o colombiano Mário Mendoza e a neozelandesa Janet Frame, mais para o final do ano. O objetivo é publicar escritores de destaque da cena literária nacional ou internacional, sem restrições de região ou idioma.

Na Espanha

Onetti não reaparece inédito só no Brasil. O conto "El Último Viernes" (a última sexta-feira), doado em março pela filha do escritor, Isabel María "Litty" Onetti, à Biblioteca Nacional do Uruguai, estará no terceiro e último volume das "Obras Completas" do autor, editadas na Espanha pela Galaxia Gutenberg/Círculo dos Leitores.
"É um texto que em vida ele não publicou e permaneceu em poder da filha. Porém, ao se tornar pública sua existência, é natural que apareça nas 'Obras Completas'", diz Hortensia Campanella, que coordena desde 2006 a série com romances e textos do autor.
Também diretora do Centro Cultural de Espanha em Montevidéu, Campanella afirma que o volume terá ainda outros trechos inéditos.
"Ainda que Onetti se encarregasse de eliminar os textos que não desejava publicar, nesse volume incluímos alguns que encontrei entre seus papéis", diz Campanella.
Em sua versão original, o conto está escrito a lápis e tem cinco páginas, concluídas por volta de 1950. O material já havia sido exposto em 2006, em Montevidéu, na exposição "Onetti: una Larga Confesión" (uma extensa confissão), acompanhado de fotos, livros, documentos e objetos do escritor.
A previsão é de que o livro saia da gráfica ainda neste semestre. Na América Latina, sairá pela editora Sudamericana.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Emissora exibe última atuação de David Carradine na TV

Ator americano gravou em Bogotá episódio da série 'Mental'.
Carradine foi encontrado morto nesta quinta (4), na Tailândia.
Um dos últimos papéis do ator David Carradine, no seriado “Mental”, vai ao ar na próxima quarta-feira (10), no canal Fox, às 23h. O ator de 72 anos foi encontrado morto nesta quinta (4) no quarto de seu hotel em Bangcoc, na Tailândia.



O ator David Carradine em cena de 'Mental', gravado em Bogotá.

Carradine atuou no episódio “Book of Judges”, interpretando o professor Gideon Graham. As cenas foram gravadas em Bogotá.

A série “Mental” gira em torno do psiquiatra Jack Gallagher (Chris Vance), que tem o poder de decifrar a mente de seus pacientes e assim curar suas doenças.

Novo filme


O ator estava na Tailândia rodando o filme "Stretch", do francês Charles de Meaux. Carradine morreu no hotel Nai Lert Park três dias antes do fim das gravações, segundo a produtora MK2, responsável pelo longa.


O ator norte-americano David Carradine.
Segundo a polícia tailandesa, o corpo estava nu e dependurado em uma corda. Não havia sinais da presença de outras pessoas no quarto, afirmou Pirom. O corpo foi levado a um hospital para a realização de uma autópsia.

David Carradine é o filho mais velho do lendário ator John Carradine, e faz parte de uma família toda de atores, que inclui ainda seus irmãos, filhas e sobrinhas. Ele ganhou destaque após estrelar “The deputy”, na Broadway, nos anos 60.

Atuou num dos primeiros filmes de Martin Scorsese, “Boxcar Bertha” (que no Brasil ganhou a tradução de “Sexy e marginal”), de 1972, em "Esta Terra é Minha Terra" (1976), de Hal Ashby, pelo qual foi indicado para o Globo de Ouro em 1977, e "O Ovo da Serpente" (1977), de Ingmar Bergman, entre muitos outros.

Criada por Bruce Lee, a série “Kung fu” foi indicada a sete prêmios Emmy apenas em sua primeira temporada; Carradine foi premiado em 1973 por sua atuação contínua no seriado como o o mestre de artes marciais Kwai Chang Caine.
Nos dois filmes “Kill Bill”, de Quentin Tarantino, ele interpretou o personagem título, que é morto pela personagem de Uma Thurman com "o golpe dos cinco pontos que explodem o coração".

De acordo com o site IMDB, especialista no mercado de cinema, Carredine deixa sete filmes inéditos prontos, que atualmente se encontram em fase de pós-produção.

O ator tinha por hábito trabalhar em muitas produções por ano e em seu currículo constam mais de 200 filmes e seriados de TV que tiveram sua participação. No final dos anos 70, teve sua carreira prejudicada pelo abuso de álcool e drogas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Avião patrulha da FAB fecha área de varredura


Buscas vão continuar durante toda a madrugada.
Três embarcações da Marinha devem chegar ao local na quarta-feira.


Ampliar Foto Renato Spencer/Agência Estado/JC Imagem/AE Renato Spencer/Agência Estado/JC Imagem/AE
Movimentação na sala do destacamento da Aeronáutica em Fernando de Noronha (Foto: renato Spencer/ JC Imagem / AE)

Na ilha de Fernando de Noronha, continua a expectativa por informações sobre o Airbus 330, da companhia Air France. De acordo com militares do Destacamento de controle do espaço aéreo de Fernando de Noronha, três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) podem pousar entre a noite desta segunda-feira (1º) e a madrugada desta terça-feira no aeroporto local.



Cobertura completa: voo 447


A Força Aérea Brasileira (FAB) seguirá durante a noite desta segunda-feira (1º)com os trabalhos de buscas pelo avião da Air France que desapareceu após decolar do Rio de Janeiro, na noite de domingo (31), com destino a Paris com 228 pessoas a bordo. De acordo com a Air France, o voo tinha previsão de chegar à capital francesa às 6h15 desta segunda-feira.

Segundo informações da central de rádio da aeronáutica em Fernando Noronha, o avião de patrulha P95 da FAB encerrou as buscas nesta segunda-feira e retornou ao aeroporto da ilha por volta das 19h45 (horário de Brasília). Ainda de acordo com os militares, a área de varredura pela qual esta aeronave ficou responsável foi concluída. O voo durou aproximadamente oito horas. A aeronave deve retomar o trabalho de buscas na manhã desta terça-feira (2).

No total, seis aeronaves, dois helicópteros e três embarcações da Marinha foram destacados para as buscas. Durante a noite, serão duas aeronaves da FAB que, além de recursos visuais, farão as buscas com recursos eletrônicos e de radar. A Aeronáutica informou que a busca noturna tem como objetivo a captação de algum sinal por radar que esteja sendo emitido pelo avião desaparecido. Durante o dia, acontecem as buscas consideradas pela Aeronáutica como mais efetivas porque são feitas com vôos rasantes e com observação visual

Três embarcações da Marinha do Brasil devem chegar ao local do desaparecimento do voo 447 da Air France apenas às 7h desta quarta-feira (3). Os navios Fragata “Constituição”, Corveta “Caboclo” e Navio-Patrulha “Grajaú” saíram de três pontos do país para ajudar nas buscas.